domingo, 4 de janeiro de 2009

O SHOW DA MINHA VIDA...E DA VIDA DE MUITOS!!!

15 de dezembro. A estação de metrô do Maracanã lotada e uma fila gigantesca formada nos portões do estádio há oito dias, formam um cenário que só era visto em um Fla-Flu. Um verdadeiro mercado informal com todos os produtos imaginados sobre a grande diva da música pop, aumentava ainda mais o espírito de euforia que rodeava aquela data. Já imaginam a que evento estou me referindo? Sim, a turnê “Sticky & Sweet” de Madonna, a qual tive a imensa sorte de poder ter assistido. Quem não pode ir, um único alerta: não duvide da capacidade da maior performer feminina de todos os tempos.
Casais distintos e com mais de 50 anos se unem aos tipos mais exóticos. Covers de Madonna são vistas aos montes e a animação de uma juventude que cresceu acompanhando as várias metamorfoses da estrela dão o tom do recinto. Um fã que veio de Manaus só para assistir aos dois shows realizados no Rio de Janeiro comenta comigo: “Show da Madonna é assim: começa antes dela entrar no palco”.
As luzes se apagam com quase duas horas de atraso, dando a deixa para um coral de mais de 50 mil pessoas gritando: “Piranha!” ou “Queremos ver a Flora!”. O fato originou uma bronca engraçada da rainha aos seus súditos: “Não brinquem assim comigo. Se sou piranha ótimo, melhor pra mim!”. Nos telões, imagens que nos remetem a uma loja de doces junto aos primeiros acordes de “Candy Shop”, música do último disco da cantora e que abre a turnê batizada de Sticky & Sweet (grudenta e doce).
Os gritos aumentam quando Madonna aparece escoltada por um time de bailarinos nota 10 que somem e aparecem do chão ao longo das duas horas seguintes. Uma passarela no meio do público leva a trupe para um palco redondo e bem menor, mais intimista, enquanto, lá no fundo, a banda dá o suporte musical para a dança, sua voz e seus figurinos. São duas cantoras de apoio, um DJ, baixo, dois teclados e um guitarrista. Em algumas musicas, Madonna arranha notas em sua guitarra, mais um motivo para nosso delírio. A essa altura estávamos tendo uma experiência quase religiosa, ao som de “Vogue”, clássico de 1990. A cantora então desaparece e entra uma versão instrumental de “Die Another Day”, trilha da aventura de 007 de 2002.
Madonna volta e pula corda, canta em cima de um piano, dança, dando mais amostras de sua excelente forma física. Em um momento nostalgia canta “Bordeline” em uma versão inédita, com uma batida mais rock’n roll e ”Into the Groove”, grandes sucessos dos anos 80. No segundo ato do show, digamos assim, um sarau cigano é montado no palco, onde são executadas “La Isla Bonita” e “Spanish Lesson”. Depois entra em um trecho mais consciente, passando para o público mensagens sobre ecologia, solidariedade e respeito às diferenças. Um momento, sem sobra de dúvidas, dos mais emocionantes do show, levando o público a profundas reflexões sobre essa fase de crise mundial e superaquecimento global que atravessamos. No telão imagens de Madre Teresa, Gandhi, Martin Luther King, Princesa Diana e claro Barack Obama. Tudo isso, como uma preparação para a execução do hit do momento: “4 Minutes”. Um dueto animado com Justin Timberlake, mas com uma mensagem séria: “We only got 4 minutes to save th world” (Nós temos 4 minutos para salvar o mundo). Com a óbvia ausência de Justin, Madonna interage com quatro mini-telões com a altura de um homem, com a imagem de Justin projetada. Mais uma prova do nível tecnológico do show.
A seqüência do bis é matadora, com “Music”, “Like a Prayer” (único single da cantora cantado em todos os seus shows), “Ray of Light” e “Hung Up”. O show se encerra ao som de “Give It to Me”, com mais uma participação virtual, agora de Pharrell. O palco se esvazia e o telão sustenta: “Game Over”, o jogo acabou. Ainda assim, o DJ solta mais um clássico da carreira da cantora: “Holliday”. Enquanto alguns deixavam o recinto satisfeitos, eu ainda dançava freneticamente em êxtase. Com as luzes já acesas, não à toa, vem cabeça uma estrofe de “Music”, hit recente da rainha que acabara de provar que sua majestade não está em risco. Nela, declara que “da burguesia aos rebeldes, a música une as pessoas”. Alguém duvida?

Ana Silvério, Marina Tourinho, Tahíba Melina (mesmo engessada) e Eu....só no aquecimento!

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